Há coisas que custam a perceber. No passado fui uma pessoa que julgou muito os outros e alguém me disse algo que eu não esqueço e que é a de que, julgamos as pessoas como reflexo do que vemos em nós. Parece complicado mas eu explico. Imaginem que eu criticava diariamente alguém por ser gastador e na realidade, no fundo, no fundo, eu era muito conservadora com as minhas finanças mas gostava de gastar sem complexos mas não o fazia, ou não o podia fazer. Nem por acaso, se eu julga-se pessoas gastadoras e esbanjadoras financeiramente, era muito provável que me aparecessem imensas ao meu redor. E elas não apareciam por acaso, apareciam para eu descobrir o meu medo inconsciente em perder todo o nosso dinheiro, gastar dinheiro. Se eu tivesse medo de abandono, era muito provável que atraísse pessoas que mais tarde ou mais cedo me abandonassem e depois as julga-se por isso, quando elas só entraram na minha vida para me mostrar esse medo inconsciente de ser abandonada. O problema não é dos outros, na realidade é sempre nosso. Ter consciência disto é muito bom, diria que é o primeiro passo mas, todos os dias é preciso pôr em prática. E, eu, como muitos de vós, têm momentos que lhes dá para a crítica e para o julgamento. Não julgar os outros é uma tarefa árdua, muito árdua. Todos os dias tento, nem sempre consigo. Todos os dias dou por mim a pensar no que têm as pessoas que me irritam e que eu depois julgo que faça despertar em mim, problemas internos, trazê-los à tona e resolvê-los. Quanto mais aceitarmos os outros como eles são, mais nos aceitamos a nós mesmos. Soa muito bem assim escrito. Difícil é pôr em prática.